sábado, 29 de janeiro de 2011

Procura-se

"Eu procuro por mim. Eu procuro por tudo o que é meu e que em mim se esconde. Eu procuro por um saber que ainda não sei, mas que de alguma forma já sabe de mim."

Esse é um trecho do livro Quem me roubou de mim? escrito por Fábio de Melo, onde em simples palavras explica a confusão em que várias pessoas vivem. E talvez por uma identificação, creio que sou parte integrante dessa identificação que abre pautas para diversas discussões.

Atualmente vivemos em uma sociedade dotada de pluralidades e principalmente de conceitos que podem ser classificados, não obstante da realidade, como preconceitos. E muitas vezes acabamos sendo reféns de  dogmas que aderimos dessa cultura, que priva o ser humano da capacidade de administrar a própria vida. Assim, passamos a depender dos conceitos de um ser que é dado como referencial. Desde pequenos somos levados a buscar um outro alguém "dotado de toda perfeição" sob nossas vistas, sejam eles pais ou avós, por exemplo.

Passados os anos, lá vamos novamente em busca de outro alguém, suficientemente bom, para espelhar-mos. Assim, como em uma comunhão, os gostos são os mesmos, as vontades, os hábitos, o perfil e até o modo de vestir. Ou seja, perdemos nossa identidade e apenas seguimos uma dirigida por outro(s). E chega um dia que nos afastamos ou perdemos de vista nosso espelho e pronto, estamos perdidos.

Agora, não sabemos mais nem quem somos e já estamos em uma faixa etária considerada "madura". É como buscar uma resposta sem fonte de pesquisa. Não sabemos do que gostamos, o que nos faz feliz, qual é o nosso estilo, o que faríamos em determinada situação, para onde ir, em quem confiar, enfim o comodismo acaba! Comodismo sim, é muito mais fácil e rápido seguir alguém que de alguma forma já é "aceito" por um grupo, que descobrir e assumir o que realmente somos. É um sequestro! Nos roubamos dos nós mesmos.

Não é vergonha alguma assumir o nosso real nível. Vergonhoso é se permitir viver em um mundo obscuro, por medo de encontrar as próprias respostas e estas, não serem aceitas. Na vida, estamos constantemente descobrindo o que nos tornam completos, inteiros. E o importante é não se permitir afastar de tudo aquilo que é particular, e que nos identifica. Não é que não devemos encontrar  em uma pessoa  a identificação de algumas caracterísiticas ou opiniões, porém é necessário uma dose bom senso. Assim, nos damos a chance de conhecer nós mesmos e por conseguinte, de progredirmos.

  

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