sexta-feira, 20 de maio de 2011

Saudade da mais efêmera nostalgia

Que atire a primeira pedra quem nunca sentiu saudade. Que atire duas quem nunca sentiu uma gota de nostalgia correndo por entre as veias! Dois sentimentos tão sinônimos e antônimos ao mesmo tempo, presentes na maioria das poesias de amor da língua portuguesa e em nosso corriqueiro dia-a-dia.

Compreender a etimologia dessas duas palavras significa mergulhar dentro de nosso inconsciente e organizar os pensamentos a ponto de não restar dúvidas sobre a declaração do que lidamos e sentimos. E, com toda certeza, já tivemos que conviver com o produto dessas sensações sem saber ao certo do que realmente se tratava, além de desconhecer intenções e razões desse manifesto.

Saudade, uma sensação tão contraditória, que nos faz voltar ao passado almejando o futuro, e assim, nos perdemos no presente. É como se tivéssemos perdido a flor mais bela de nosso jardim, áquela que ao abrirmos a janela na manhã ensolarada, sorrimos, ao deparar com tamanho encanto. Então, ao sentirmos o pesar de sua falta, saímos á procura da mais idêntica em meio ao jardim de nossos vizinhos. E quando a encontramos, ou outra nasce em seu lugar, nos sentimos confortados.

A nostalgia é uma saudade mais rude e dolorida pois parte da idealização, do irreal. É a necessidade ardente de voltar a um passado que nunca existiu, um passado imaginado, condensado de todas nossas experiências legítimas ou que desejaríamos ter. Não é cessada ao entrar em contato com sua causa e sim, fortalecida, pois o sentimento de perda, daquilo que não retornará, é alimentado e condensado. É como a gota de chuva respingada no abismo - você procura sabendo que não irá encontra-lá, mas continua a busca idealizando sua contemplação por medo de sofrer ao admitir que ela não será mais reconhecida.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Turbilhão de sensações

Sensações, uma palavra tão bonita, um sentimento tão expressivo. Contudo, buscar sua definição não é tarefa nada fácil. Em um dicionário encontramos ato ou efeito de sentir, impressão moral, emoção, em seu sentido íntimo. Alguns, dizem que seu significado não passa de um processo de detecção e recepção de estímulos dos órgãos dos sentidos. E, através desses estímulos desenvolvemos um processo cognitivo, a percepção, que nos torna capazes de contactar as relações no mundo em que vivemos.
 
Como resultado de nossas sensações, adquirimos os sentimentos e destes, as emoções. As emoções se manifestam acompanhadas de reações fisiológicas e têm uma função comunicativa, estando a serviço das relações humanas, alargadando nossa percepção de mundo. Sentimento, é algo mais íntimo, caracterizando um estado interior de caráter mais privado, sendo essa a principal distinção em relação ás emoções, que são dirigidas para o exterior de forma pública. Podemos dizer que o sentimento é resultado de experiências emocionais.
 
Observemos que, ao caracterizar esses termos encontramos uma enorme dificuldade, quase sempre angustiante. Existem momentos, que essa angústia se torna insuportável onde uma confusão toma conta de nossos pensamentos onde não achamos respostas para nossas próprias perguntas, o que gera um sentimento de grande vazio. E, como não obtemos nossas respostas, não somos capazes de decifrar o que sentimos. E assim, começa uma busca incansável por uma fuga, um refúgio de nós mesmos que sane toda essa confusão mental. E nessas horas, nem sempre chorar resolve e áqueles que duvidem que o tempo é o melhor remédio, acabam presos á eterna busca da felicidade e paz interior não alcançando a realização pessoal.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Procura-se

"Eu procuro por mim. Eu procuro por tudo o que é meu e que em mim se esconde. Eu procuro por um saber que ainda não sei, mas que de alguma forma já sabe de mim."

Esse é um trecho do livro Quem me roubou de mim? escrito por Fábio de Melo, onde em simples palavras explica a confusão em que várias pessoas vivem. E talvez por uma identificação, creio que sou parte integrante dessa identificação que abre pautas para diversas discussões.

Atualmente vivemos em uma sociedade dotada de pluralidades e principalmente de conceitos que podem ser classificados, não obstante da realidade, como preconceitos. E muitas vezes acabamos sendo reféns de  dogmas que aderimos dessa cultura, que priva o ser humano da capacidade de administrar a própria vida. Assim, passamos a depender dos conceitos de um ser que é dado como referencial. Desde pequenos somos levados a buscar um outro alguém "dotado de toda perfeição" sob nossas vistas, sejam eles pais ou avós, por exemplo.

Passados os anos, lá vamos novamente em busca de outro alguém, suficientemente bom, para espelhar-mos. Assim, como em uma comunhão, os gostos são os mesmos, as vontades, os hábitos, o perfil e até o modo de vestir. Ou seja, perdemos nossa identidade e apenas seguimos uma dirigida por outro(s). E chega um dia que nos afastamos ou perdemos de vista nosso espelho e pronto, estamos perdidos.

Agora, não sabemos mais nem quem somos e já estamos em uma faixa etária considerada "madura". É como buscar uma resposta sem fonte de pesquisa. Não sabemos do que gostamos, o que nos faz feliz, qual é o nosso estilo, o que faríamos em determinada situação, para onde ir, em quem confiar, enfim o comodismo acaba! Comodismo sim, é muito mais fácil e rápido seguir alguém que de alguma forma já é "aceito" por um grupo, que descobrir e assumir o que realmente somos. É um sequestro! Nos roubamos dos nós mesmos.

Não é vergonha alguma assumir o nosso real nível. Vergonhoso é se permitir viver em um mundo obscuro, por medo de encontrar as próprias respostas e estas, não serem aceitas. Na vida, estamos constantemente descobrindo o que nos tornam completos, inteiros. E o importante é não se permitir afastar de tudo aquilo que é particular, e que nos identifica. Não é que não devemos encontrar  em uma pessoa  a identificação de algumas caracterísiticas ou opiniões, porém é necessário uma dose bom senso. Assim, nos damos a chance de conhecer nós mesmos e por conseguinte, de progredirmos.

  

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Por quê?

25 de janeiro de 2011. Ainda não sei ao certo porque criei um blog. Como sempre busco respostas para as minhas perguntas e, para a grande maioria, não as encontro. Já perdi várias noites de sono buscando solucionar questões que afetavam meus pensamentos e que me faziam acreditar que não haveria saída.

Apesar de muitas questões ainda serem uma incógnita para mim, aprendi que sempre há uma saída e que as coisas não acontecem sem ter uma razão. Acredito que nenhum fracasso vem desacompanhado do aprendizado e que, sem a dor, sem o flagelo, não há progresso. O progresso moral e intelectual não é conquistado mutualmente e que o ato de progredir é bastante lento.

Assim, escrevo sempre coisas abstratas que me fazem avançar o mundo do desconhecido, ir além. Ler e escrever são duas atividades das quais acredito ser essenciais para mim. Conquisto um espaço, vivo esperiências novas mergulhando em meus pensamentos. Não preciso de muito para viajar e me apaixonar me dâ apenas um livro e bons personagens.